A Women’s Bodybuilding é a categoria de fisiculturismo feminino mais tradicional e de maior exigência muscular dentro das competições. Conhecida por valorizar massa muscular extrema, simetria, definição e densidade física, ela é considerada o equivalente direto da categoria Open Masculina nas mulheres, embora conte com um número menor de atletas em comparação às demais divisões femininas.
Apesar de controversa em algumas épocas e até mesmo excluída temporariamente de grandes eventos, a categoria vem retomando seu espaço com força, especialmente através de competições como o Ms. Olympia, que voltou ao calendário da IFBB Pro League em 2020 após anos de ausência.
O que é a Women’s Bodybuilding?
A Women’s Bodybuilding é uma categoria de fisiculturismo que avalia mulheres com níveis avançados de desenvolvimento muscular, buscando excelência em:
- Volume muscular
- Definição
- Simetria
- Proporção corporal
- Presença de palco e performance de poses
Trata-se da categoria com maior densidade e volume muscular permitido para mulheres, o que exige anos de treinamento pesado, disciplina alimentar extrema e, em muitos casos, o uso de substâncias ergogênicas.
Para quem é indicada?
A categoria é voltada para:
- Mulheres com biotipo favorável ao ganho muscular significativo.
- Atletas com longo histórico de musculação e experiência em competição.
- Competidoras que desejam levar o físico ao limite estético e funcional.
- Mulheres com mentalidade competitiva, alto nível de disciplina e foco.
Por ser uma categoria que exige um físico muito mais extremo, é menos procurada por iniciantes e praticantes recreativas, o que explica o número reduzido de participantes em comparação às divisões Bikini, Wellness ou Figure.
Como funciona a Women’s Bodybuilding?
Durante as competições, as atletas são avaliadas com base em:
- Poses obrigatórias, como:
- Duplo bíceps de frente
- Peitoral de frente
- Costas com bíceps
- Tríceps lateral
- Abdômen e coxas
- Most muscular (pose livre de demonstração)
- Apresentação individual coreografada, com música escolhida pela atleta.
- Avaliação comparativa, onde as competidoras são colocadas lado a lado e comparadas em termos de simetria, definição e presença de palco.
- Julgamento da harmonia muscular, separação muscular (definição entre grupos musculares), vascularização, proporção entre tronco, membros e cintura.
Uso de anabolizantes: obrigatório?
A Women’s Bodybuilding, especialmente nas ligas IFBB Pro League e eventos como o Ms. Olympia, não exige testes antidoping. Portanto, o uso de esteroides anabolizantes, hormônio do crescimento, insulina e outras substâncias é comum, embora não oficializado.
Isso significa que:
- A categoria não é considerada natural, e as atletas utilizam protocolos avançados de farmacologia.
- Isso contribui para níveis musculares inalcançáveis sem auxílio químico, o que a diferencia das demais divisões.
Por outro lado, federações naturais, como a WNBF ou INBA/PNBA, oferecem a versão “natural” da categoria, com rigorosos exames antidoping. Nessas federações, o físico apresentado é menos volumoso, mas ainda impressionante, e conquistado exclusivamente com treino, dieta e suplementação permitida.
Efeitos colaterais e riscos associados
A preparação para a Women’s Bodybuilding é intensa, com práticas que envolvem:
- Treinos de alta intensidade e volume
- Dieta extremamente restrita (cutting)
- Uso de diuréticos fortes para desidratação antes do palco
- Ciclos de esteroides anabolizantes e outros hormônios
Essas práticas podem gerar sérios efeitos colaterais, incluindo:
- Virilização (aumento de pelos, voz grossa, clitomegalia)
- Danos hepáticos e renais
- Problemas cardíacos e pressão arterial elevada
- Amenorreia (ausência de menstruação)
- Distúrbios psicológicos, como depressão e dismorfia corporal
- Risco de morte súbita em casos extremos de abuso hormonal
Por isso, muitas atletas contam com apoio médico especializado em medicina esportiva para minimizar danos — ainda que esses riscos nunca possam ser totalmente eliminados.
Alternativas à Women’s Bodybuilding
Mulheres que desejam competir em níveis altos de definição e musculatura, mas sem chegar aos extremos da categoria Bodybuilding, podem considerar outras divisões:
- Women’s Physique: ainda musculosa, mas com menor volume e ênfase na feminilidade;
- Figure: destaca simetria e definição, com musculatura média;
- Wellness: ênfase em glúteos e coxas, com tronco mais leve;
- Bikini: estética leve e modelada, com foco em beleza e proporção.
Para atletas naturais, federações como a WNBF ou INBA oferecem versões dessas categorias com critérios antidoping claros, ideais para quem busca longevidade e saúde no esporte.
A história e o retorno do Ms. Olympia
A categoria já teve destaque absoluto nos anos 1980 e 1990, com nomes como Cory Everson, Lenda Murray e Iris Kyle. No entanto, com a crítica do público ao “excesso de masculinização”, a categoria foi sendo deixada de lado. O Ms. Olympia foi suspenso entre 2015 e 2019.
Em 2020, a categoria foi reintegrada oficialmente ao Olympia Weekend, marcando um retorno triunfal que deu novo fôlego à modalidade, com atletas como Andrea Shaw liderando essa nova geração.
Hoje, o Ms. Olympia se consolida como a vitrine máxima do Women’s Bodybuilding, reunindo as atletas mais impressionantes do mundo.
Conclusão
A Women’s Bodybuilding representa o ápice da musculatura feminina no fisiculturismo competitivo, sendo uma categoria que exige dedicação extrema, preparo físico e mental elevado, além de anos de construção corporal.
Apesar de controversa para alguns, é admirada por muitos como uma demonstração de força, foco e disciplina inigualáveis. Ainda que o número de competidoras seja menor em comparação a outras categorias, a Women’s Bodybuilding mantém um papel essencial na história e na evolução do fisiculturismo feminino.
Para quem busca romper limites e se destacar em um dos esportes mais desafiadores do mundo, essa categoria é o maior palco possível.