A queda de cabelo é um tema que gera preocupação em homens e mulheres de todas as idades. Embora seja normal perder entre 50 a 100 fios por dia, quando essa perda se torna excessiva, visível ou persistente, pode indicar problemas de saúde, desequilíbrios hormonais, carências nutricionais ou até efeitos colaterais de medicamentos.
Neste artigo, você entenderá o que é a queda de cabelo, suas principais causas, como identificar quando ela é preocupante, opções de tratamento, alternativas naturais, produtos com e sem receita, e quando procurar um especialista.
O que é a queda de cabelo?
A queda de cabelo, ou eflúvio, ocorre quando os fios se desprendem do couro cabeludo em número maior do que o habitual. Essa queda pode ser difusa (em todo o couro cabeludo) ou localizada, e está relacionada ao ciclo de crescimento capilar, que é composto por três fases:
- Anágena (crescimento) – dura de 2 a 6 anos.
- Catágena (transição) – fase breve de mudança.
- Telógena (repouso e queda) – fase onde os fios caem para dar lugar aos novos.
A queda é normal ao final da fase telógena, mas alterações no organismo, medicamentos ou doenças podem interromper esse ciclo, provocando uma queda anormal.
Quando a queda de cabelo é preocupante?
Embora seja normal perder alguns fios todos os dias, existem sinais que indicam queda anormal:
- Queda de mais de 100 fios por dia
- Aumento do volume de cabelo no ralo, travesseiro ou escova
- Afinamento visível dos fios
- Redução da densidade (menos cabelo na cabeça)
- Falhas localizadas, como entradas ou “clareiras”
- Queda repentina ou após eventos como parto, cirurgia ou trauma
Se a queda for intensa, prolongada ou acompanhada de outros sintomas (coceira, dor, caspa, inflamação), é hora de procurar um dermatologista ou tricologista.
Principais causas da queda de cabelo
A queda capilar pode ter múltiplas causas, muitas vezes associadas entre si. A seguir, as mais frequentes:
1. Alterações hormonais
- Andropausa e menopausa
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
- Hipotireoidismo ou hipertireoidismo
- Desequilíbrio de testosterona e DHT
2. Fatores genéticos
- Alopecia androgenética: causa hereditária de queda progressiva, tanto em homens quanto em mulheres.
3. Deficiências nutricionais
- Ferro (anemia)
- Zinco
- Vitamina D
- Proteínas
- Vitaminas do complexo B (principalmente B7 – biotina)
4. Estresse físico ou emocional
- Mudança de rotina
- Luto
- Traumas cirúrgicos
- Infecções
5. Pós-parto e amamentação
Conhecido como eflúvio telógeno pós-parto, é comum entre 2 e 4 meses após o nascimento do bebê.
6. Doenças autoimunes
- Alopecia areata: queda súbita e em placas circulares.
- Lúpus
- Psoríase do couro cabeludo
7. Uso de medicamentos
Diversos remédios têm a queda de cabelo como efeito colateral (ver próximo tópico).
Queda de cabelo causada por medicamentos
A queda de cabelo induzida por medicamentos é conhecida como eflúvio telógeno medicamentoso. Pode começar semanas ou meses após o início da medicação.
Principais medicamentos que causam queda:
- Antidepressivos (fluoxetina, sertralina)
- Anticoncepcionais
- Anticoagulantes
- Quimioterápicos
- Retinoides (como a isotretinoína)
- Anticonvulsivantes
- Análogos de GLP-1 como Saxenda, Ozempic, Mounjaro (em alguns casos)
A reversão normalmente ocorre após a suspensão ou substituição do medicamento, mas requer avaliação médica.
Como tratar a queda de cabelo?
O tratamento da queda capilar depende da causa identificada. O ideal é consultar um dermatologista, que pode solicitar exames laboratoriais, tricoscopia ou até biópsia do couro cabeludo, em casos mais raros.
Tratamentos tópicos:
- Minoxidil: loção ou espuma que estimula o crescimento dos fios. Pode ser usado por homens e mulheres.
- Nanoxidil: semelhante ao minoxidil, com menos irritação.
- Shampoos fortificantes: com cafeína, biotina, cetoconazol, entre outros.
Tratamentos orais (com prescrição médica):
- Finasterida: inibe a conversão de testosterona em DHT. Uso masculino.
- Dutasterida: versão mais potente da finasterida.
- Suplementos de ferro, zinco, biotina e vitamina D
- Spironolactona: usada em mulheres com alopecia androgenética.
Procedimentos dermatológicos:
- Microagulhamento
- Laser de baixa intensidade
- Intradermoterapia capilar
- MMP capilar (microinfusão de medicamentos no couro cabeludo)
- Transplante capilar (em casos avançados)
Produtos e suplementos sem receita
Existem opções acessíveis e seguras disponíveis em farmácias e lojas de suplementos, que ajudam no fortalecimento dos fios:
Suplementos:
- Eximia Fortalize
- Pantogar
- Imecap Hair
- Pill Food
- Hair Skin & Nails (Nature’s Bounty)
Shampoos e tônicos:
- Tônicos de jaborandi, cafeína, alecrim
- Shampoos antiqueda com biotina, pantenol, colágeno e queratina
Estes produtos podem ser usados como coadjuvantes, especialmente em casos leves ou queda sazonal.
Alternativas naturais para combater a queda de cabelo
Alimentação rica em:
- Ovos (proteína e biotina)
- Carnes magras
- Espinafre e folhas verdes
- Frutas cítricas
- Sementes de abóbora (zinco)
- Peixes gordurosos (ômega-3)
Fitoterápicos:
- Saw Palmetto: planta que ajuda a bloquear o DHT, usada em casos de alopecia androgenética.
- Alecrim: óleo essencial usado em massagens no couro cabeludo, com efeitos estimulantes.
Hábitos saudáveis:
- Dormir bem
- Controlar o estresse
- Evitar o uso excessivo de chapinhas, secadores e químicas agressivas
Quando procurar um médico?
A avaliação médica é essencial quando:
- A queda dura mais de 3 meses
- Há falhas ou clareiras visíveis no couro cabeludo
- Existe histórico familiar de calvície precoce
- A queda começou após o uso de algum remédio
- Há coceira, ardência, caspa intensa ou feridas no couro cabeludo
- Está ocorrendo perda de pelos em outras partes do corpo
Um dermatologista ou tricologista poderá investigar as causas, orientar exames e indicar o tratamento mais adequado.
Conclusão
A queda de cabelo é um problema comum, multifatorial e tratável. Pode ocorrer por razões genéticas, emocionais, hormonais, nutricionais ou como efeito colateral de medicamentos. A boa notícia é que, na maioria dos casos, com diagnóstico correto e tratamento personalizado, é possível controlar e até reverter o quadro.
Adotar uma alimentação equilibrada, manter os exames em dia, cuidar do couro cabeludo e, quando necessário, buscar ajuda médica especializada são passos fundamentais para recuperar a saúde capilar e o bem-estar.