As palpitações são sensações desconfortáveis ou anormais do batimento cardíaco, percebidas como se o coração estivesse batendo forte, acelerado, falhando ou tremendo no peito. Embora muitas vezes sejam benignas e passageiras, podem também ser sinal de condições cardíacas ou sistêmicas mais sérias. Por isso, compreender suas causas, identificar os sintomas associados e saber quando buscar avaliação médica são medidas essenciais para proteger a saúde cardiovascular.
O que são palpitações?
Palpitações são definidas como a percepção consciente e desconfortável dos batimentos cardíacos, que normalmente passam despercebidos. Elas podem se manifestar como:
- Batimentos acelerados (taquicardia)
- Batimentos lentos (bradicardia)
- Batimentos irregulares (extrassístoles)
- Sensação de “coração pulando”, “batida no pescoço” ou “coração falhando”
Essas sensações podem durar de poucos segundos a vários minutos e, em alguns casos, se repetem com frequência, interferindo na qualidade de vida.
Principais causas das palpitações
As palpitações podem ter diversas origens. Elas são geralmente classificadas em causas benignas (não relacionadas a doenças cardíacas) e causas patológicas (ligadas a arritmias ou outras doenças do coração ou do organismo).
- Causas benignas (funcionais ou emocionais):
- Causas cardíacas (orgânicas):
- Arritmias (fibrilação atrial, extrassístoles, taquicardia ventricular)
- Doença das válvulas cardíacas
- Insuficiência cardíaca
- Cardiomiopatia
- Doença arterial coronariana
- Causas metabólicas ou sistêmicas:
- Hipotireoidismo ou hipertireoidismo
- Hipoglicemia
- Febre
- Anemia
- Desidratação
- Uso ou suspensão de medicamentos (como broncodilatadores, descongestionantes, antidepressivos)
Sintomas que podem acompanhar as palpitações
As palpitações podem surgir isoladamente ou vir acompanhadas de outros sintomas, o que ajuda a diferenciar entre causas benignas e perigosas:
- Benignas: normalmente não apresentam outros sintomas graves.
- Preocupantes: presença de:
- Tontura ou sensação de desmaio
- Dor no peito
- Falta de ar
- Suor frio
- Cansaço extremo
- Episódios frequentes e duradouros
Se qualquer um desses sintomas ocorrer junto com as palpitações, é fundamental buscar atendimento médico imediato, pois pode haver risco de arritmias graves ou infarto.
Como é feito o diagnóstico das palpitações?
A avaliação médica para palpitações começa com uma história clínica detalhada, incluindo:
- Frequência e duração das palpitações
- Atividades que antecedem os episódios
- Histórico pessoal e familiar de doenças cardíacas
- Presença de medicamentos ou uso de substâncias
Exames que podem ser solicitados:
- Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração.
- Holter 24h: monitora os batimentos ao longo de um dia para identificar arritmias intermitentes.
- Teste de esforço (ergométrico): avalia o ritmo cardíaco durante atividade física.
- Ecocardiograma: analisa a anatomia e função do coração.
- Exames laboratoriais: para investigar distúrbios hormonais, anemia, eletrólitos, glicose e função renal.
Tratamento das palpitações
O tratamento vai depender da causa identificada. Em casos benignos, mudanças no estilo de vida podem ser suficientes:
- Redução de cafeína, álcool e estimulantes
- Controle da ansiedade com terapia ou medicamentos (quando necessário)
- Melhora do sono e práticas de relaxamento
- Exercícios físicos moderados e regulares
Quando há diagnóstico de arritmias ou doenças cardíacas, o tratamento pode incluir:
- Medicações antiarrítmicas
- Betabloqueadores (diminuem a frequência cardíaca)
- Correção de distúrbios metabólicos
- Ablação por cateter (em arritmias específicas)
- Marcapasso ou desfibrilador implantável, em casos graves
Palpitações podem ser evitadas?
Em muitos casos, sim. Adotar um estilo de vida saudável ajuda a prevenir o aparecimento de palpitações e a reduzir sua frequência:
- Evite o excesso de cafeína, álcool e cigarros
- Durma bem e gerencie o estresse
- Mantenha uma alimentação equilibrada, rica em magnésio, potássio e ômega-3
- Pratique atividade física regularmente
- Realize check-ups médicos de rotina, especialmente se houver histórico familiar de doenças cardíacas
Conclusão
As palpitações são comuns e nem sempre indicam algo grave, mas quando persistem, se tornam frequentes ou são acompanhadas de outros sintomas, merecem investigação médica. Um diagnóstico precoce pode evitar complicações mais sérias, principalmente se houver alguma condição cardíaca envolvida. Ter atenção ao corpo, buscar orientação profissional e manter hábitos saudáveis são passos fundamentais para garantir a saúde do coração e o bem-estar geral.