O infarto do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Trata-se de uma emergência médica grave, causada pela interrupção do fluxo de sangue para uma parte do coração. Quando isso ocorre, o músculo cardíaco (miocárdio) começa a sofrer danos que podem ser irreversíveis se não tratados rapidamente.
O que é infarto do miocárdio?
O infarto do miocárdio ocorre quando uma ou mais artérias coronárias — responsáveis por irrigar o coração com sangue rico em oxigênio — ficam obstruídas. Essa obstrução geralmente é causada por acúmulo de placas de gordura (aterosclerose) que, ao se romperem, formam coágulos que impedem o fluxo sanguíneo.
Sem oxigênio, as células do músculo cardíaco começam a morrer em minutos. Por isso, o tempo entre o início dos sintomas e o atendimento médico é crucial para salvar vidas e evitar sequelas.
Para que serve o tratamento do infarto?
O tratamento do infarto do miocárdio tem como objetivo:
- Restabelecer o fluxo de sangue para o coração o mais rápido possível;
- Reduzir o dano ao miocárdio;
- Prevenir novos eventos cardiovasculares, como outro infarto ou AVC;
- Evitar complicações, como insuficiência cardíaca, arritmias e morte súbita;
- Reabilitar o paciente, física e emocionalmente, após a alta hospitalar.
Quais são os sintomas do infarto do miocárdio?
Os sintomas do infarto podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais clássicos incluem:
- Dor no peito (pressão, aperto ou queimação, geralmente do lado esquerdo);
- Dor que irradia para braço esquerdo, costas, mandíbula ou pescoço;
- Falta de ar;
- Náuseas e vômitos;
- Tontura ou sensação de desmaio;
- Suor frio;
- Ansiedade, sensação de morte iminente.
Importante: mulheres, diabéticos e idosos podem ter sintomas atípicos, como cansaço excessivo, indigestão e dor leve no peito. Nunca subestime qualquer sinal de alerta.
Diagnóstico do infarto
O diagnóstico é feito com base em:
- Eletrocardiograma (ECG);
- Exames de sangue (troponina e CK-MB);
- Exames de imagem, como ecocardiograma ou cineangiocoronariografia (cateterismo).
Tratamentos para infarto do miocárdio
1. Tratamento de emergência
- Angioplastia coronária com stent: procedimento rápido para desobstruir a artéria e restaurar o fluxo sanguíneo. Quanto antes for feito, melhor o prognóstico.
- Trombolíticos: medicamentos que dissolvem o coágulo. Usados quando a angioplastia não é viável.
- Oxigênio suplementar, analgésicos (como morfina) e nitratos para alívio dos sintomas.
2. Medicamentos para controle e prevenção
- AAS (ácido acetilsalicílico): afinador do sangue.
- Clopidogrel, ticagrelor ou prasugrel: antiplaquetários.
- Estatinas: para controle do colesterol.
- Betabloqueadores: reduzem a carga de trabalho do coração.
- IECA ou BRA: ajudam a relaxar os vasos e proteger o coração.
- Anticoagulantes (heparina, enoxaparina): em ambiente hospitalar.
3. Cirurgia de revascularização miocárdica (bypass)
Indicada em casos de múltiplas obstruções ou quando a angioplastia não é possível.
Efeitos colaterais dos medicamentos pós-infarto
Apesar dos grandes benefícios, os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais, como:
- AAS e clopidogrel: risco de sangramento gastrointestinal;
- Estatinas: dores musculares, alterações hepáticas;
- Betabloqueadores: fadiga, bradicardia, tontura;
- IECA: tosse seca, queda de pressão;
- Anticoagulantes: hematomas, sangramentos internos.
O acompanhamento médico regular é essencial para ajustar as doses, avaliar os efeitos e garantir a eficácia do tratamento.
Como deve ser usado o tratamento?
O tratamento pós-infarto não termina na alta hospitalar. O paciente deve seguir rigorosamente o plano terapêutico, que inclui:
- Uso contínuo dos medicamentos;
- Mudanças no estilo de vida (alimentação, exercício, sono);
- Controle de fatores de risco (hipertensão, diabetes, colesterol);
- Acompanhamento com cardiologista;
- Participação em programas de reabilitação cardíaca.
A adesão ao tratamento é determinante para evitar um segundo infarto e viver com qualidade.
É possível comprar os medicamentos sem receita médica?
Não. A maioria dos medicamentos utilizados no tratamento do infarto é de uso controlado e requer receita médica. Além disso, alguns são de uso hospitalar exclusivo, como trombolíticos e anticoagulantes injetáveis.
A automedicação pode ser perigosa e até fatal, especialmente quando envolve medicamentos que afetam o sistema cardiovascular.
Alternativas complementares ao tratamento do infarto
Embora os medicamentos e procedimentos médicos sejam a base do tratamento, algumas estratégias complementares podem ajudar na recuperação e na prevenção:
1. Reeducação alimentar
- Dieta rica em vegetais, frutas, fibras e gorduras boas (azeite, abacate, peixes);
- Redução de sal, frituras e alimentos processados;
- Controle do peso corporal.
2. Exercício físico regular
- Caminhadas leves, bicicleta ergométrica ou hidroginástica, sempre com liberação médica.
3. Suplementos (com orientação médica)
- Ômega-3
- Coenzima Q10
- Magnésio
4. Controle do estresse
- Meditação, yoga, terapia ou grupos de apoio emocional.
Prevenção: como evitar um infarto
Prevenir o infarto é possível e muito mais eficaz do que tratar. As principais recomendações incluem:
- Não fumar;
- Controlar pressão arterial, glicemia e colesterol;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Manter peso saudável;
- Ter uma alimentação balanceada;
- Dormir bem;
- Evitar o estresse crônico;
- Realizar check-ups periódicos.
O infarto do miocárdio é uma condição grave, mas que pode ser evitada e tratada com sucesso se houver ação rápida, tratamento adequado e mudanças no estilo de vida. Os avanços na medicina aumentaram significativamente as chances de sobrevivência, mas o tempo ainda é o fator mais importante.
Se você ou alguém próximo apresentar sintomas como dor no peito, falta de ar, náuseas ou suor frio, ligue imediatamente para o SAMU (192). Cada segundo conta para preservar a vida e evitar sequelas permanentes.
Após o infarto, seguir o tratamento corretamente e adotar hábitos saudáveis é fundamental para prevenir novas ocorrências e viver com mais qualidade e segurança.