Distúrbios Gastrointestinais: O Que São, Sintomas, Tratamentos e Cuidados

Distúrbios gastrointestinais

Distúrbios gastrointestinais são condições que afetam o trato digestivo, desde a boca até o ânus, comprometendo o processo de digestão, absorção de nutrientes e eliminação de resíduos. Esses distúrbios podem variar de leves e passageiros, como uma indigestão, até crônicos e incapacitantes, como a doença de Crohn ou a síndrome do intestino irritável (SII). A seguir, você entenderá o que são esses distúrbios, quais os tipos mais comuns, seus sintomas, causas, tratamentos e quando procurar ajuda médica.

O que são distúrbios gastrointestinais?

Distúrbios gastrointestinais são condições que afetam o funcionamento normal do sistema digestivo. Esse sistema é composto por vários órgãos: boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso (cólon), reto, ânus, fígado, pâncreas e vesícula biliar. Quando qualquer parte desse sistema apresenta alterações anatômicas ou funcionais, os sintomas digestivos podem surgir.

Os distúrbios podem ser agudos, surgindo de forma repentina, ou crônicos, persistindo por meses ou anos. Além disso, podem ter causas infecciosas, inflamatórias, autoimunes, genéticas ou funcionais, como no caso da constipação intestinal.

Principais tipos de distúrbios gastrointestinais

Abaixo estão os distúrbios gastrointestinais mais comuns:

1. Gastrite: Inflamação da mucosa do estômago, geralmente causada por infecção pela bactéria Helicobacter pylori, uso de anti-inflamatórios ou álcool.

2. Refluxo gastroesofágico (DRGE): Ocorre quando o conteúdo ácido do estômago volta para o esôfago, provocando queimação (azia) e regurgitação.

3. Úlcera péptica: Ferida que se forma na parede do estômago ou duodeno, muitas vezes causada por H. pylori ou uso prolongado de anti-inflamatórios.

4. Síndrome do intestino irritável (SII): Distúrbio funcional caracterizado por dor abdominal, distensão e alterações do hábito intestinal, sem alterações orgânicas detectáveis.

5. Doença celíaca: Reação autoimune ao glúten, que danifica as vilosidades intestinais e compromete a absorção de nutrientes.

6. Doença de Crohn e retocolite ulcerativa: Doenças inflamatórias intestinais crônicas que afetam diferentes partes do trato gastrointestinal.

7. Constipação intestinal: Dificuldade persistente para evacuar, podendo estar associada a dieta pobre em fibras, sedentarismo ou distúrbios do ritmo intestinal.

8. Diarreia crônica: Evacuações frequentes e líquidas por mais de quatro semanas, podendo ser sinal de infecção persistente, intolerância alimentar ou doenças intestinais.

9. Pancreatite: Inflamação do pâncreas, aguda ou crônica, geralmente causada por cálculo biliar ou consumo excessivo de álcool.

10. Câncer gastrointestinal: Pode afetar qualquer parte do sistema digestivo, sendo o câncer colorretal um dos mais comuns.

Quais são os sintomas mais comuns?

Os sintomas variam conforme o distúrbio e a região afetada, mas os sinais mais frequentes incluem:

  • Dor ou desconforto abdominal
  • Azia e queimação
  • Náusea e vômito
  • Inchaço abdominal
  • Gases em excesso
  • Diarreia ou constipação
  • Perda de apetite
  • Presença de sangue nas fezes
  • Sensação de evacuação incompleta
  • Perda de peso não intencional

Causas e fatores de risco

Os distúrbios gastrointestinais podem ter várias causas:

  • Infecções bacterianas, virais ou parasitárias
  • Dieta pobre em fibras e rica em gordura ou açúcar
  • Estresse e ansiedade
  • Uso prolongado de medicamentos (anti-inflamatórios, antibióticos, laxantes)
  • Álcool e cigarro
  • Intolerâncias e alergias alimentares
  • Predisposição genética
  • Doenças autoimunes

Além disso, o envelhecimento pode aumentar o risco de certas condições, como constipação ou câncer colorretal.

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é feito por clínico geral ou gastroenterologista. Dependendo do caso, pode envolver:

  • Exames de sangue e fezes
  • Endoscopia digestiva alta
  • Colonoscopia
  • Ultrassonografia abdominal
  • Tomografia computadorizada
  • Exames de intolerância alimentar (como lactose e glúten)

A escolha dos exames depende dos sintomas apresentados e da suspeita clínica.

Como é o tratamento dos distúrbios gastrointestinais?

O tratamento depende do tipo e da causa do distúrbio. Pode incluir:

1. Medicamentos:

  • Antiácidos e inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol)
  • Antibióticos (em caso de infecções bacterianas)
  • Laxantes (para constipação)
  • Antiespasmódicos (para dor e desconforto abdominal)
  • Imunossupressores (para doenças inflamatórias intestinais)

2. Dieta:

  • Evitar alimentos gordurosos, condimentados, álcool e cafeína
  • Aumentar o consumo de fibras e água (para constipação)
  • Restringir glúten (em caso de doença celíaca)
  • Evitar lactose, se houver intolerância

3. Suplementos:

  • Probióticos para equilibrar a flora intestinal
  • Vitaminas e minerais, quando há má absorção intestinal

4. Cirurgias:

  • Em casos mais graves, como obstruções intestinais, úlceras perfuradas ou câncer

5. Psicoterapia e controle do estresse:

  • Muito útil em distúrbios funcionais como a SII

Efeitos colaterais dos tratamentos

A maioria dos medicamentos pode causar efeitos adversos, como:

  • Diarreia ou constipação (com laxantes ou antibióticos)
  • Náuseas e dor de cabeça (com inibidores da bomba de prótons)
  • Alterações da flora intestinal
  • Interações medicamentosas, sobretudo em idosos

Por isso, o acompanhamento médico é essencial. Automedicação pode piorar a condição ou mascarar sintomas de doenças graves.

Os tratamentos exigem receita médica?

Sim, muitos medicamentos usados para distúrbios gastrointestinais exigem prescrição médica, especialmente antibióticos, inibidores de bomba de prótons e imunossupressores. Alguns produtos, como antiácidos simples ou suplementos de fibras, podem ser vendidos sem receita, mas mesmo esses devem ser usados com orientação profissional para evitar o uso inadequado.

Existem alternativas naturais?

Sim, dependendo do caso, é possível adotar alternativas naturais que auxiliam na melhora dos sintomas, como:

  • Chás digestivos (camomila, hortelã, erva-doce)
  • Uso de fibras naturais (psyllium, farelo de aveia)
  • Iogurte com probióticos
  • Práticas de relaxamento e meditação para reduzir o estresse
  • Atividade física regular para estimular o trânsito intestinal

No entanto, mesmo alternativas naturais devem ser avaliadas com acompanhamento profissional, principalmente em pessoas com doenças diagnosticadas ou em uso de medicamentos.

Conclusão

Os distúrbios gastrointestinais são comuns e podem afetar significativamente a qualidade de vida. Desde sintomas leves até quadros mais graves, é fundamental buscar orientação médica diante de sinais persistentes ou que impactam o dia a dia. O diagnóstico precoce, associado a mudanças no estilo de vida, alimentação equilibrada e tratamentos adequados, pode evitar complicações e promover o bem-estar digestivo. A automedicação deve ser evitada, e qualquer estratégia terapêutica — seja convencional ou natural — precisa de acompanhamento especializado para garantir segurança e eficácia.

By Guia Anabólico

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