Buprenorfina

Buprenorfina

A buprenorfina é um opioide semissintético amplamente utilizado tanto para o controle da dor intensa quanto no tratamento da dependência de opioides. Considerada mais segura do que muitos outros opioides, como morfina e oxicodona, a buprenorfina se destaca por seu menor risco de depressão respiratória e overdose, quando utilizada corretamente.

Neste artigo, você vai entender tudo sobre a buprenorfina: o que é, como ela age, indicações clínicas, formas de uso, riscos, exigência de receita médica, alternativas disponíveis e orientações práticas para pacientes e profissionais de saúde.

O que é Buprenorfina?

A buprenorfina é um opioide semissintético derivado da tebaína, que atua como agonista parcial dos receptores μ-opioides (mu) e antagonista dos receptores kappa, o que proporciona forte efeito analgésico com menor risco de efeitos adversos graves.

Essa combinação de ação faz com que a buprenorfina seja considerada mais segura, especialmente no contexto de tratamento da dependência de opioides, pois reduz a chance de depressão respiratória e não provoca os efeitos eufóricos típicos de opioides como heroína, oxicodona ou morfina.

Para que serve a Buprenorfina?

A buprenorfina tem duas principais indicações médicas:

1. Tratamento da dor intensa

A buprenorfina é indicada para o tratamento de dores crônicas e agudas de intensidade moderada a severa, especialmente quando o paciente não responde bem a analgésicos convencionais. Suas aplicações incluem:

  • Dor oncológica;
  • Dor crônica lombar;
  • Dor neuropática intensa;
  • Dor pós-operatória;
  • Dor em doenças terminais ou degenerativas.

A ação prolongada da buprenorfina a torna uma excelente opção em terapias que exigem controle estável da dor por longos períodos.

2. Tratamento da dependência de opioides

A buprenorfina é amplamente utilizada em programas de reabilitação para usuários de:

Ela reduz os sintomas de abstinência e bloqueia o efeito de outros opioides, sendo parte da chamada Terapia de Substituição Opioide (TSO).

Muitas vezes, ela é administrada em associação com naloxona, formando o medicamento Suboxone®, que inibe o uso recreativo e evita abusos.

Como a Buprenorfina funciona?

Mecanismo de ação:

  • Agonista parcial do receptor μ-opioide: ativa parcialmente o receptor da dor, oferecendo alívio, mas com teto de efeito, o que reduz o risco de overdose.
  • Antagonista do receptor kappa: reduz efeitos colaterais como disforia e alucinações.
  • Alta afinidade pelos receptores opioides: impede que outros opioides mais potentes tenham efeito.

Essa combinação única a torna eficaz tanto para controle da dor quanto como ferramenta terapêutica contra o uso abusivo de opioides.

Como a Buprenorfina deve ser usada?

A buprenorfina pode ser encontrada em várias apresentações:

  • Comprimidos sublinguais;
  • Patches transdérmicos (adesivos de liberação prolongada);
  • Injetáveis intramusculares ou intravenosos;
  • Formas associadas com naloxona (ex: Suboxone®).

Uso para dor:

  • Patches transdérmicos: trocados a cada 72 horas ou 7 dias, conforme a formulação.
  • Injetável ou comprimido: usado em ambientes hospitalares ou sob prescrição rigorosa.

Uso para dependência química:

  • Comprimidos sublinguais: 2 a 8 mg por dia, ajustados conforme resposta clínica.
  • Suboxone®: combinação de buprenorfina + naloxona para impedir uso abusivo, com dose semelhante.

Importante: a buprenorfina deve ser iniciada somente após abstinência inicial de outras drogas opioides, caso contrário pode precipitar sintomas graves de abstinência.

Quais são os efeitos colaterais da Buprenorfina?

Embora seja considerada mais segura do que muitos opioides, a buprenorfina ainda pode causar efeitos adversos, especialmente no início do tratamento ou em doses elevadas.

Efeitos colaterais comuns:

  • Náusea;
  • Constipação;
  • Tontura;
  • Sonolência;
  • Dor de cabeça;
  • Boca seca.

Efeitos colaterais graves (mais raros):

  • Depressão respiratória (especialmente com álcool ou benzodiazepínicos);
  • Sedação excessiva;
  • Reações alérgicas;
  • Hipotensão;
  • Abstinência precipitada (se usada de forma errada em dependentes).

O risco de overdose é muito menor do que em opioides plenos, pois a buprenorfina tem efeito teto, ou seja, após certo ponto, aumentar a dose não aumenta o efeito, reduzindo a chance de eventos fatais.

A Buprenorfina causa dependência?

Sim, pode causar dependência, mas com risco significativamente menor em comparação a morfina, oxicodona, heroína ou fentanil. Por isso, é utilizada como medicação de substituição em usuários de opioides.

Seu uso deve sempre ser monitorado por equipe médica especializada, e a interrupção do tratamento deve ser feita de forma gradual, para evitar sintomas de abstinência como:

  • Irritabilidade;
  • Sudorese;
  • Insônia;
  • Dores musculares;
  • Ansiedade.

Buprenorfina precisa de receita médica?

Sim. A buprenorfina é uma substância controlada, e sua compra exige receita azul (tipo A) no Brasil, com retenção da via pela farmácia.

Medicamentos como Suboxone® são controlados de forma ainda mais rígida, sendo prescritos apenas por médicos com capacitação específica e, em muitos casos, fornecidos por programas públicos ou clínicas especializadas.

Quem não deve usar Buprenorfina?

A buprenorfina é contraindicada em casos como:

  • Alergia à substância;
  • Uso concomitante com álcool ou benzodiazepínicos sem controle;
  • Insuficiência respiratória grave;
  • Gravidez (salvo recomendação médica específica);
  • Crianças (segundo avaliação clínica);
  • Uso de opioides de ação prolongada, sem intervalo de abstinência.

Buprenorfina é vendida no Brasil?

Sim. A buprenorfina está disponível em diversas apresentações e marcas no Brasil, como:

  • Temgesic® (injetável);
  • Butrans® (patch transdérmico);
  • Suboxone® (comprimido sublingual com naloxona);
  • Genéricos manipulados.

Seu uso deve seguir prescrição rigorosa, e, para dependência química, geralmente é acompanhado por equipe multidisciplinar com psicólogos, médicos e assistentes sociais.

Alternativas à Buprenorfina

Se a buprenorfina não for indicada, existem outras opções:

Para dor intensa:

Para dependência de opioides:

  • Metadona: substituto tradicional, com maior risco de sedação;
  • Naltrexona: bloqueador dos receptores opioides, indicado após desintoxicação total;
  • Clonidina: usada para aliviar sintomas de abstinência.

A escolha depende do perfil do paciente, histórico de uso e comorbidades.

A buprenorfina é um medicamento extremamente útil tanto para o alívio da dor crônica severa quanto para o tratamento de dependência de opioides. Sua ação diferenciada a torna mais segura do que opioides tradicionais, com menor risco de overdose e efeitos eufóricos.

No entanto, trata-se de um medicamento controlado, com potenciais efeitos adversos e risco de dependência, devendo ser utilizado apenas sob prescrição médica e acompanhamento rigoroso.

Seja no contexto de dor ou reabilitação, a buprenorfina oferece uma abordagem moderna, segura e eficaz — desde que usada corretamente.

By Guia Anabólico

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