Arritmias Cardíacas

As arritmias cardíacas são alterações no ritmo dos batimentos do coração, que podem ser percebidas como aceleração, lentidão ou irregularidade nos pulsos. Embora nem sempre sejam perigosas, algumas formas de arritmia podem indicar ou levar a complicações graves, como AVC ou parada cardíaca. Reconhecer os sinais e buscar tratamento é essencial para preservar a saúde cardiovascular.

O que são arritmias cardíacas?

Arritmia é qualquer alteração no ritmo natural do coração, que normalmente bate entre 60 e 100 vezes por minuto em repouso. O problema ocorre quando há falha na condução elétrica que controla os batimentos, fazendo com que o coração:

  • Bata muito rápido (taquicardia)
  • Bata muito devagar (bradicardia)
  • Bata de forma irregular (extrassístoles, fibrilação ou flutter)

Algumas arritmias são passageiras e benignas, enquanto outras exigem atenção médica imediata.

Tipos mais comuns de arritmia

1. Fibrilação atrial (FA)

É a arritmia mais comum. Os átrios (câmaras superiores do coração) batem de forma desorganizada, aumentando o risco de coágulos e AVC.

2. Flutter atrial

Semelhante à FA, mas com padrão mais regular.

3. Taquicardia supraventricular (TSV)

Batimentos acelerados originados nas câmaras superiores do coração.

4. Taquicardia ventricular

Potencialmente grave, pode levar à parada cardíaca.

5. Bradicardia sinusal

Coração bate devagar demais, geralmente abaixo de 50 bpm.

6. Extrassístoles

Batimentos “fora de hora” que podem ser sentidos como “palpitações”. São comuns e geralmente benignos.

Quais são os sintomas das arritmias cardíacas?

Os sintomas variam de acordo com o tipo e a gravidade da arritmia. Os mais comuns são:

  • Palpitações (sensação de batimento irregular ou acelerado)
  • Tontura ou sensação de desmaio
  • Falta de ar
  • Dor no peito
  • Cansaço excessivo
  • Ansiedade
  • Desmaios ou quase-desmaios (síncope)

Em casos mais graves, a arritmia pode causar parada cardíaca súbita.

Causas e fatores de risco

As arritmias podem ser provocadas por várias condições, incluindo:

Diagnóstico das arritmias cardíacas

Para diagnosticar uma arritmia, o cardiologista pode solicitar:

  • Eletrocardiograma (ECG)
  • Holter 24h
  • Mapa
  • Teste ergométrico
  • Ecocardiograma
  • Estudo eletrofisiológico (em casos complexos)

Tratamentos para arritmias cardíacas

O tratamento depende do tipo de arritmia, da presença de sintomas e do risco de complicações. As abordagens incluem:

1. Medicamentos antiarrítmicos

  • Amiodarona
  • Sotalol
  • Propafenona
  • Verapamil
  • Betabloqueadores (como propranolol e atenolol)
  • Digoxina (em alguns casos)

2. Anticoagulantes

Para prevenir trombos em casos de fibrilação atrial:

  • Varfarina
  • Rivaroxabana
  • Apixabana

3. Cardioversão elétrica

Choque controlado para restabelecer o ritmo normal.

4. Ablação por cateter

Procedimento minimamente invasivo que corrige o foco elétrico anormal do coração.

5. Implante de marcapasso

Indicado para bradicardias ou bloqueios elétricos.

6. Desfibrilador implantável (CDI)

Utilizado em pacientes com risco de taquicardia ventricular e morte súbita.

Efeitos colaterais dos medicamentos antiarrítmicos

Assim como todo tratamento, os medicamentos podem apresentar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem:

  • Náuseas
  • Tontura
  • Visão turva
  • Alterações no fígado (amiodarona)
  • Distúrbios da tireoide (amiodarona)
  • Bradicardia
  • Fadiga
  • Retenção de líquidos
  • Prolongamento do intervalo QT (risco de arritmia grave)

Por isso, o acompanhamento médico é indispensável, com exames periódicos de função hepática, tireoidiana e eletrocardiogramas.

Como deve ser usado o tratamento?

O tratamento deve ser seguido rigorosamente conforme a prescrição médica. Recomendações gerais incluem:

  • Tomar os medicamentos nos horários corretos;
  • Não interromper o tratamento sem orientação;
  • Evitar interações com álcool ou outros fármacos;
  • Manter consultas regulares com o cardiologista;
  • Realizar exames periódicos;
  • Comunicar qualquer sintoma novo imediatamente.

É possível comprar medicamentos para arritmia sem receita?

Não. Todos os medicamentos antiarrítmicos exigem receita médica, pois o uso inadequado pode causar riscos graves, como parada cardíaca ou AVC.

A automedicação com fármacos cardiovasculares é extremamente perigosa, mesmo em doses aparentemente pequenas. Portanto, jamais use por conta própria.

Alternativas naturais e terapias complementares

Além do tratamento convencional, algumas estratégias podem ajudar no controle de arritmias leves ou como coadjuvantes:

1. Controle do estresse

  • Meditação
  • Yoga
  • Respiração profunda
  • Psicoterapia

2. Suplementos com efeito calmante

  • Magnésio
  • Ômega-3
  • Coenzima Q10
  • Valeriana (fitoterápico com efeito leve)

Importante: Mesmo suplementos naturais devem ser usados com orientação médica.

3. Estilo de vida saudável

  • Dieta balanceada com pouco sal e gordura;
  • Hidratação adequada;
  • Evitar estimulantes (cafeína, álcool);
  • Parar de fumar;
  • Praticar exercícios físicos moderados com liberação médica.

As arritmias cardíacas podem ser silenciosas, leves ou graves, e exigem atenção imediata ao surgimento dos sintomas. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar o problema e levar uma vida normal. O uso de medicamentos deve ser sempre orientado por um cardiologista, assim como qualquer alternativa natural.

Se você sente o coração “pular”, bater muito rápido, devagar ou fora do ritmo, procure um médico o quanto antes. Em muitos casos, uma simples alteração no estilo de vida ou o uso correto dos remédios pode fazer toda a diferença na sua saúde e longevidade.