Vômito

Vômito

O vômito é uma reação física comum, porém extremamente incômoda. Em muitos casos, está relacionado a intoxicações, infecções, uso de medicamentos ou mesmo alterações emocionais. Embora seja um mecanismo de defesa natural do corpo, o vômito também pode indicar problemas sérios que exigem atenção médica imediata.

O que é o vômito?

O vômito é a expulsão forçada do conteúdo do estômago pela boca. Esse processo é controlado por uma área do cérebro chamada centro do vômito, localizado no bulbo raquidiano. Esse centro pode ser ativado por diversos estímulos, como toxinas, distúrbios digestivos, movimento ou alterações hormonais.

É importante diferenciar o vômito da regurgitação (que é o retorno passivo do conteúdo gástrico sem esforço) e da náusea (a sensação de que se vai vomitar, sem de fato expulsar o conteúdo).

Para que serve o vômito?

Apesar de desagradável, o vômito é uma resposta protetora do organismo, projetada para eliminar substâncias nocivas ingeridas, como alimentos contaminados, toxinas ou medicamentos em excesso.

Ele pode ser essencial em quadros de:

  • Intoxicação alimentar
  • Ingestão acidental de venenos
  • Infecções intestinais
  • Reações adversas a medicamentos

Ao eliminar essas substâncias, o corpo tenta evitar maiores danos ao trato gastrointestinal e à saúde em geral.

Principais causas do vômito

O vômito pode ter diversas origens, desde condições transitórias até doenças graves. Veja as causas mais comuns:

1. Distúrbios gastrointestinais

  • Gastroenterite viral ou bacteriana
  • Intoxicação alimentar
  • Gastrite ou úlcera
  • Refluxo gastroesofágico
  • Obstrução intestinal

2. Doenças sistêmicas

  • Enxaqueca
  • Insuficiência renal
  • Cetoacidose diabética
  • Hepatite viral
  • Tumores cerebrais

3. Gravidez

  • Principalmente no primeiro trimestre
  • Em casos graves: hiperêmese gravídica (vômitos excessivos e desidratação)

4. Problemas neurológicos ou do labirinto

  • Labirintite
  • Traumatismo craniano
  • Aumento da pressão intracraniana

5. Uso de medicamentos

6. Fatores emocionais ou psicológicos

7. Estímulos externos

  • Cheiros fortes
  • Movimento (enjoo de carro, avião ou navio)
  • Excesso de bebida alcoólica

Vômito como efeito colateral de medicamentos

Muitos remédios, mesmo aqueles usados com frequência, têm o vômito como efeito colateral. Isso ocorre por irritação do estômago ou estímulo do centro do vômito no cérebro.

Medicamentos comumente associados:

  • Quimioterápicos: alta incidência de vômito em pacientes oncológicos.
  • Análogos do GLP-1: como tirzepatida (Mounjaro) e semaglutida (Ozempic, Wegovy), que afetam o esvaziamento gástrico.
  • Antibióticos: como amoxicilina, doxiciclina.
  • Opioides: como tramadol e morfina.
  • Antidepressivos: especialmente nas primeiras semanas.

A avaliação médica é essencial para ajustar dosagens, substituir a medicação ou introduzir protetores gástricos.

Como tratar o vômito

O tratamento depende da causa, mas o foco imediato está na hidratação e no alívio do sintoma.

Hidratação

  • Beba água aos poucos, em pequenos goles.
  • Soro caseiro ou soluções de reidratação oral (como Pedialyte).
  • Evite bebidas ácidas, gaseificadas ou alcoólicas.

Alimentação

  • Evite comer durante episódios ativos.
  • Após cessar o vômito, introduza alimentos leves: arroz, banana, maçã, torradas.
  • Evite frituras, leite, alimentos condimentados.

Remédios para vômito

Com receita médica:

  1. Ondansetrona – muito eficaz, amplamente usada em casos de vômito induzido por quimioterapia ou gravidez.
  2. Metoclopramida (Plasil) – aumenta os movimentos do estômago, facilitando o esvaziamento gástrico.
  3. Domperidona – menos sedativa que o Plasil, bem tolerada.
  4. Dimenidrinato (Dramin B6) – ideal para enjoos por movimento e labirintite.
  5. Prometazina – utilizada em casos severos, inclusive em emergências.

Sem receita médica:

  • Dramin® (dimenidrinato) – vendido sem prescrição, eficaz contra enjoo e vômito leves.
  • Plasil® – vendido sem receita em algumas versões, mas é sempre melhor usá-lo com orientação médica.

Obs.: O uso constante ou indiscriminado desses medicamentos pode mascarar doenças graves, além de causar efeitos colaterais (sonolência, agitação, arritmias).

Alternativas naturais para aliviar o vômito

Alguns métodos naturais podem aliviar o desconforto, especialmente em casos leves e passageiros.

Gengibre

  • Um dos mais eficazes antieméticos naturais.
  • Pode ser consumido em chá, cápsula ou raspado na água.
  • Usado com sucesso em náuseas da gravidez e enjoo de movimento.

Hortelã

  • Tem efeito calmante sobre o estômago.
  • Chá de hortelã ajuda na digestão e reduz o desconforto.

Aromaterapia

  • Óleos essenciais de gengibre, lavanda e limão podem ajudar a reduzir náusea e vômito.

Respiração e relaxamento

  • Técnicas de respiração profunda, yoga e meditação auxiliam na redução de vômito induzido por estresse ou ansiedade.

Quando o vômito é perigoso?

Embora muitas vezes o vômito seja inofensivo e autolimitado, em algumas situações ele pode indicar problemas graves.

Sinais de alerta:

  • Vômito persistente por mais de 24 a 48 horas
  • Presença de sangue ou aspecto de “borra de café
  • Febre alta
  • Dor abdominal intensa
  • Desidratação: boca seca, tontura, urina escura
  • Vômitos após traumatismo craniano
  • Perda de peso sem explicação

Em crianças, idosos e gestantes, o risco de desidratação é maior e o atendimento médico deve ser mais rápido.

Complicações do vômito frequente

  • Desidratação
  • Desequilíbrio eletrolítico (sódio, potássio)
  • Lesões no esôfago
  • Desnutrição
  • Aspiração pulmonar (quando o vômito vai para os pulmões)

Se o vômito for frequente, o paciente pode necessitar de reposição intravenosa de líquidos, antieméticos potentes e investigação diagnóstica (endoscopia, exames de sangue, imagem abdominal).

Conclusão

O vômito é uma resposta natural do organismo a situações diversas — desde uma intoxicação alimentar simples até condições neurológicas graves. Embora geralmente desapareça em pouco tempo, é fundamental estar atento aos sinais de gravidade.

Além de hidratação e descanso, há medicamentos que aliviam o sintoma, tanto com quanto sem prescrição médica. Para quem busca soluções naturais, o gengibre e a hortelã são aliados eficazes e seguros.

Em qualquer caso persistente, com sinais associados ou em grupos de risco (crianças, idosos, grávidas), a avaliação médica é imprescindível para evitar complicações sérias.

By Guia Anabólico

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