O Tramadol é um medicamento bastante utilizado no tratamento da dor moderada a intensa, especialmente quando outras medicações não surtem efeito. Apesar da sua eficácia, seu uso requer cuidado, pois ele pode causar dependência e efeitos colaterais importantes.
Neste artigo completo, você vai entender o que é o Tramadol, como ele age no organismo, para que serve, quais são seus efeitos colaterais, como deve ser utilizado, se é vendido com ou sem receita, e ainda conhecer alternativas disponíveis no mercado.
O que é Tramadol?
O Tramadol é um analgésico opioide sintético que atua no sistema nervoso central para aliviar a dor. Ele é classificado como um agonista dos receptores opioides μ (mu), e também inibe a recaptação de norepinefrina e serotonina, o que potencializa seu efeito analgésico.
Seu nome genérico é cloridrato de tramadol, e ele pode ser encontrado sob diversas marcas comerciais, como:
- Tramal®
- Buprex®
- Dolol®
- BioTram®
- Entre outras.
É frequentemente prescrito para dores pós-operatórias, dores causadas por doenças crônicas como artrite ou fibromialgia, e também para dores associadas a câncer.
Para que serve o Tramadol
O Tramadol é utilizado principalmente no tratamento de dores moderadas a intensas que não respondem bem a analgésicos comuns, como paracetamol ou dipirona. Suas principais indicações incluem:
- Dores pós-operatórias;
- Dores oncológicas;
- Dores neuropáticas (como em casos de hérnia de disco, neuralgias ou diabetes);
- Fibromialgia;
- Artrite reumatoide;
- Lombalgias crônicas;
- Dor causada por fraturas ou lesões.
Seu efeito analgésico costuma começar entre 30 a 60 minutos após a administração e pode durar até 6 horas, dependendo da formulação.
Como o Tramadol deve ser usado?
O Tramadol pode ser administrado de várias formas:
- Comprimidos ou cápsulas (de liberação imediata ou prolongada);
- Gotas orais;
- Injeção intravenosa ou intramuscular;
- Supositórios (menos comuns).
Dosagem
A dose recomendada varia conforme a condição a ser tratada e a forma de apresentação. Em adultos, normalmente inicia-se com:
- 50 a 100 mg a cada 4 a 6 horas, conforme a intensidade da dor;
- Máximo de 400 mg por dia, salvo sob orientação médica.
A forma de liberação prolongada é geralmente usada para controle contínuo da dor crônica, com doses únicas diárias ou a cada 12 horas.
Atenção: A dose deve ser ajustada em idosos, pessoas com problemas hepáticos ou renais.
Efeitos colaterais do Tramadol
Embora eficaz, o Tramadol pode causar uma série de efeitos adversos. Os mais comuns incluem:
Efeitos comuns:
- Náusea;
- Tontura;
- Sonolência;
- Constipação (prisão de ventre);
- Dor de cabeça;
- Vômitos;
- Suor excessivo.
Efeitos menos comuns ou graves:
- Confusão mental;
- Alucinações;
- Convulsões;
- Reações alérgicas graves;
- Depressão respiratória (em doses elevadas);
- Síndrome serotoninérgica (quando combinado com antidepressivos);
- Dependência física e psicológica com uso prolongado.
Por isso, é fundamental seguir rigorosamente a orientação médica e não exceder a dose recomendada.
O Tramadol causa dependência?
Sim. Embora tenha menor potencial de dependência em comparação a opioides mais potentes como morfina ou oxicodona, o Tramadol pode causar dependência física e psicológica, principalmente em uso prolongado.
A interrupção abrupta do uso pode provocar sintomas de abstinência, como:
É importante realizar o desmame gradual com orientação médica.
Tramadol precisa de receita médica?
Sim. O Tramadol só pode ser comprado com receita médica do tipo receituário branco de controle especial, com retenção da via pela farmácia, conforme as normas da ANVISA.
Além disso, seu uso e comercialização são controlados no Brasil justamente devido ao risco de dependência e efeitos colaterais. Portanto, automedicação é extremamente contraindicada.
Existe Tramadol genérico?
Sim. O Tramadol é comercializado em versões genéricas, identificadas pelo nome do princípio ativo: cloridrato de tramadol. Essas versões seguem os mesmos critérios de eficácia e segurança dos medicamentos de marca, mas geralmente têm preço mais acessível.
Alternativas ao Tramadol
Quando o Tramadol não é bem tolerado ou não está disponível, existem outras opções que podem ser consideradas, dependendo da condição clínica do paciente:
Analgésicos não-opioides:
- Paracetamol;
- Dipirona (Metamizol);
- Ibuprofeno;
- Naproxeno.
Outros opioides (mais potentes ou de ação diferente):
- Codeína (associada ou não à dipirona);
- Morfina;
- Oxicodona;
- Fentanil (em casos muito graves, como dores oncológicas).
Medicamentos para dor neuropática:
- Amitriptilina;
- Gabapentina;
- Pregabalina.
A escolha da medicação depende do tipo e intensidade da dor, da condição do paciente e da resposta ao tratamento anterior.
Cuidados e contraindicações
O Tramadol não deve ser usado por pessoas com:
- Alergia ao princípio ativo;
- Epilepsia não controlada;
- Uso concomitante de antidepressivos inibidores da MAO (como moclobemida);
- Histórico de dependência de drogas ou álcool;
- Idade abaixo de 12 anos (salvo sob orientação médica em casos específicos).
Além disso, gestantes e lactantes devem evitar o uso ou discutir cuidadosamente os riscos com o médico, pois o Tramadol pode atravessar a placenta e estar presente no leite materno.
O Tramadol é uma opção eficaz no controle da dor de intensidade moderada a intensa, especialmente em casos crônicos ou pós-operatórios. Entretanto, não deve ser utilizado sem prescrição médica, pois pode causar efeitos colaterais sérios e dependência.
Seu uso deve ser cuidadosamente monitorado, e a automedicação é perigosa. Existem alternativas disponíveis no mercado que podem ser mais seguras para determinados perfis de pacientes. Em todos os casos, é essencial o acompanhamento profissional para garantir um tratamento seguro e eficaz.