A Obesidade é uma condição médica crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode prejudicar a saúde de maneira significativa. Trata-se de um problema multifatorial, influenciado por aspectos genéticos, comportamentais, metabólicos e ambientais. É classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica não transmissível, associada a diversas comorbidades.
O índice mais utilizado para diagnosticar a obesidade é o IMC (Índice de Massa Corporal). Quando esse índice ultrapassa 30 kg/m², a pessoa é considerada obesa. Mas é importante lembrar que esse número não conta toda a história: a distribuição de gordura corporal, a composição corporal e outros fatores também são levados em conta por profissionais de saúde.
Conceito de obesidade?
O conceito de obesidade tem uma função epidemiológica, clínica e educativa. Serve para identificar, monitorar e tratar indivíduos com risco aumentado de desenvolver doenças associadas ao excesso de gordura corporal, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono, entre outras.
Além disso, o conceito é importante para formular políticas públicas de saúde, criar campanhas de prevenção, orientar a população e embasar decisões médicas, jurídicas e até econômicas (como planos de saúde, medicamentos e cobertura de procedimentos).
Efeitos colaterais da obesidade
A obesidade não é apenas uma questão estética. Seus efeitos colaterais físicos, metabólicos e psicológicos são profundos, afetando a qualidade de vida e a longevidade das pessoas. Veja os principais:
1. Doenças cardiovasculares
A obesidade aumenta a pressão arterial e os níveis de colesterol, elevando significativamente o risco de infarto, AVC e insuficiência cardíaca.
2. Diabetes tipo 2
Pessoas obesas têm maior resistência à insulina, o que pode levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 — uma das doenças crônicas mais comuns no mundo.
3. Esteatose hepática (gordura no fígado)
A gordura acumulada pode se instalar no fígado, causando inflamações que, se não tratadas, evoluem para cirrose ou câncer hepático.
4. Problemas ortopédicos
O excesso de peso sobrecarrega ossos, músculos e articulações, provocando dor crônica, artrose, hérnias de disco e dificuldade de locomoção.
5. Infertilidade e distúrbios hormonais
A obesidade interfere na produção de hormônios sexuais, afetando o ciclo menstrual, a ovulação e a fertilidade tanto em mulheres quanto em homens.
6. Apneia do sono
A gordura acumulada na região do pescoço pode obstruir as vias respiratórias durante o sono, causando apneia, roncos e sono não reparador.
7. Câncer
Diversos estudos associam a obesidade a tipos específicos de câncer, como de mama, cólon, rim, fígado, pâncreas e endométrio.
O impacto psicológico da obesidade é considerável. Estigma social, baixa autoestima e frustrações com o próprio corpo contribuem para o surgimento de transtornos mentais.
Como tratar a obesidade?
A obesidade pode ser tratada, mas o sucesso do tratamento depende da abordagem multidisciplinar, paciência e persistência. O tratamento deve ser individualizado e pode incluir:
1. Mudança no estilo de vida
A base do tratamento está na alimentação balanceada e atividade física regular. Reeducar hábitos alimentares é essencial.
2. Acompanhamento com profissionais
• Nutricionista: para criar planos alimentares personalizados;
• Educador físico: para prescrição de exercícios adequados;
• Psicólogo: para apoio emocional, especialmente em casos de compulsão alimentar;
• Endocrinologista: para avaliar distúrbios hormonais.
3. Medicamentos
Em alguns casos, o uso de medicamentos para controle do apetite ou metabolismo pode ser indicado por um médico. É necessário acompanhamento contínuo.
4. Cirurgia bariátrica
Recomendada em casos de obesidade grave (IMC acima de 40, ou acima de 35 com comorbidades), a cirurgia de redução de estômago pode ser uma alternativa segura e eficaz, desde que bem indicada e acompanhada.
É possível comprar medicamentos para obesidade com ou sem receita?
Na maioria dos casos, medicamentos para obesidade só podem ser adquiridos com receita médica, especialmente os que atuam no sistema nervoso central ou afetam diretamente o metabolismo. Entre os mais prescritos no Brasil estão:
• Liraglutida (Saxenda)
• Orlistate
• Semaglutida (Ozempic / Wegovy)
O uso indiscriminado de emagrecedores pode causar efeitos colaterais graves como taquicardia, insônia, hipertensão, e até dependência. Por isso, jamais se automedique.
Existe alternativa ao tratamento tradicional da obesidade?
Sim, especialmente para pessoas que não podem usar medicamentos ou fazer cirurgia. Algumas alternativas incluem:
1. Terapias complementares
• Mindfulness e meditação
• Terapia cognitivo-comportamental para compulsão alimentar
2. Suporte em grupo
Participar de grupos de apoio pode ser uma excelente forma de manter a motivação, compartilhar experiências e fortalecer o autocuidado.
3. Tecnologias digitais
Aplicativos de saúde, relógios inteligentes, consultas por telemedicina e programas online de reeducação alimentar são recursos cada vez mais acessíveis.
4. Alimentação intuitiva e consciente
Focar na escuta do corpo, sem dietas restritivas, pode ajudar na relação com a comida e reduzir o efeito sanfona