O que é o Lorazepam?
O Lorazepam é um medicamento pertencente à classe dos benzodiazepínicos, uma categoria de fármacos com propriedades ansiolíticas, sedativas, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. Ele é um dos medicamentos mais utilizados no tratamento de distúrbios de ansiedade e transtornos do sono, sendo considerado um dos benzodiazepínicos de ação intermediária – ou seja, começa a agir rapidamente e seu efeito dura entre 10 a 20 horas.
Foi desenvolvido na década de 1970 e, desde então, tornou-se amplamente prescrito por médicos em todo o mundo. Seu nome comercial mais conhecido é Ativan, mas também pode ser encontrado em genéricos com o princípio ativo lorazepam.
Para que serve o Lorazepam?
O Lorazepam é indicado principalmente para:
- Transtornos de ansiedade generalizada (TAG)
- Síndrome do pânico
- Ansiedade associada à depressão
- Insônia relacionada à ansiedade
- Pré-medicação antes de cirurgias (efeito sedativo e ansiolítico)
- Síndrome de abstinência alcoólica
- Crises convulsivas (em alguns casos, como alternativa ao diazepam)
Além disso, o Lorazepam pode ser usado off-label (fora das indicações da bula), sob supervisão médica, em pacientes com distúrbios psiquiátricos como transtorno bipolar, agitação psicomotora e episódios de estresse pós-traumático.
Como o Lorazepam age no organismo?
O Lorazepam atua no sistema nervoso central, ligando-se aos receptores do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico). Ao se ligar a esses receptores, ele potencializa os efeitos inibitórios do GABA, promovendo um efeito calmante, sedativo e ansiolítico.
Por conta dessa ação, o Lorazepam é eficaz para reduzir sintomas de ansiedade intensa, insônia causada por estresse, e para promover relaxamento muscular e tranquilidade em pacientes prestes a passar por procedimentos médicos.
Como o Lorazepam deve ser usado?
O uso do Lorazepam deve sempre ser orientado por um médico. A dosagem depende da condição tratada, da idade do paciente, da gravidade dos sintomas e da resposta ao tratamento.
Doses comuns:
- Ansiedade: 1 a 3 mg por dia, divididos em duas ou três doses.
- Insônia: 1 a 2 mg antes de dormir.
- Pré-anestesia: 2 a 4 mg uma hora antes da cirurgia.
O tratamento costuma ser curto, geralmente entre 2 a 4 semanas, para evitar o desenvolvimento de tolerância, dependência e abstinência. Em casos mais graves, o tratamento pode ser estendido, mas sempre com controle rígido e acompanhamento profissional.
Cuidados importantes:
- Nunca interrompa o uso abruptamente, pois pode haver sintomas de abstinência.
- Não combine com álcool ou outras substâncias depressoras do sistema nervoso central.
- Evite operar máquinas ou dirigir enquanto estiver sob o efeito do medicamento.
Efeitos colaterais do Lorazepam
Como todo medicamento, o Lorazepam pode causar efeitos colaterais, que variam conforme a dose, tempo de uso e sensibilidade individual. Os mais comuns incluem:
Efeitos comuns:
- Sonolência
- Tontura
- Fadiga
- Fraqueza muscular
- Dificuldade de concentração
- Diminuição da coordenação motora
Efeitos menos comuns, porém graves:
- Depressão respiratória (principalmente em doses altas ou combinado com álcool)
- Amnésia anterógrada (esquecimento de eventos após a administração)
- Confusão mental, especialmente em idosos
- Alterações de humor, irritabilidade
- Dependência química e síndrome de abstinência
- Reações paradoxais (agitação ao invés de sedação)
Sintomas de abstinência:
Ao interromper o uso de forma abrupta, especialmente após uso prolongado, o paciente pode apresentar sintomas como:
- Ansiedade intensa
- Insônia
- Tremores
- Irritabilidade
- Palpitações
- Convulsões (em casos raros)
Por isso, a retirada deve ser gradual, sob orientação médica.
Lorazepam precisa de receita médica?
Sim. O Lorazepam é um medicamento controlado, classificado como tarja preta. Sua venda exige receita médica especial (receituário azul), de controle rigoroso pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Além disso, o uso deve ser acompanhado por um profissional da saúde, com prescrição justificada, principalmente por conta do potencial de dependência física e psicológica.
Lorazepam pode ser comprado sem receita?
Não. A compra sem receita é ilegal no Brasil e pode trazer riscos sérios à saúde, além de configurar crime contra a saúde pública. A automedicação com benzodiazepínicos é uma prática perigosa, podendo levar a overdose, dependência e agravamento de sintomas psiquiátricos.
Alternativas ao Lorazepam
Existem alternativas ao Lorazepam que podem ser utilizadas de acordo com o quadro clínico e perfil do paciente.
Alternativas farmacológicas (com receita):
- Outros benzodiazepínicos: Diazepam, Clonazepam, Alprazolam
- Antidepressivos ansiolíticos: Sertralina, Paroxetina, Escitalopram
- Antipsicóticos atípicos: Quetiapina (em baixa dose para insônia)
- Fitoterápicos com comprovação: Passiflora incarnata, Valeriana officinalis (em casos leves)
Alternativas não farmacológicas:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): altamente eficaz para ansiedade e insônia
- Meditação e mindfulness
- Exercícios físicos regulares
- Técnicas de respiração e relaxamento
- Higiene do sono: manter horários regulares, evitar telas antes de dormir, etc.
Essas estratégias podem ser usadas isoladamente ou como complemento ao tratamento medicamentoso.
Conclusão
O Lorazepam é um medicamento poderoso e eficaz no controle da ansiedade, insônia e outras condições psiquiátricas. Contudo, seu uso requer muito cuidado, pois o potencial de dependência e efeitos adversos é significativo. Nunca deve ser utilizado sem prescrição médica, e o acompanhamento profissional é essencial para garantir segurança e eficácia.
A melhor abordagem ao lidar com transtornos como ansiedade e insônia é integrativa: unir recursos farmacológicos, psicoterapia, mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico contínuo. Caso você sinta que precisa de ajuda com ansiedade ou dificuldades para dormir, busque um profissional de saúde mental. O tratamento adequado pode melhorar significativamente sua qualidade de vida.