O que é a diminuição da libido?
A diminuição da libido é a redução ou perda do desejo sexual. Também chamada de baixa libido ou hipoatividade do desejo sexual, essa condição afeta tanto homens quanto mulheres e pode ter origem física, emocional, hormonal ou psicológica. Embora seja comum em determinados momentos da vida, como em períodos de estresse ou cansaço extremo, quando a queda na libido é persistente, pode gerar impactos no relacionamento, na autoestima e na qualidade de vida.
É importante lembrar que a libido varia naturalmente de pessoa para pessoa, e não existe um “padrão ideal”. No entanto, quando a ausência ou diminuição do desejo sexual causa incômodo ao indivíduo ou ao casal, torna-se um problema que merece atenção.
Quais são as principais causas da diminuição da libido?
As causas da queda da libido são diversas e podem estar associadas a fatores físicos, emocionais, hormonais, medicamentosos e de estilo de vida. A seguir, listamos os principais:
1. Fatores hormonais
- Baixos níveis de testosterona (em homens e mulheres)
- Menopausa (redução dos estrogênios)
- Andropausa (queda da testosterona com a idade)
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
- Distúrbios da tireoide
2. Fatores psicológicos e emocionais
- Depressão
- Ansiedade
- Estresse crônico
- Baixa autoestima
- Traumas sexuais
- Conflitos no relacionamento
- Cansaço emocional ou mental
3. Uso de medicamentos
Alguns remédios podem interferir diretamente na libido, como:
- Antidepressivos (principalmente ISRS, como fluoxetina e escitalopram)
- Anticoncepcionais hormonais
- Anti-hipertensivos
- Benzodiazepínicos (ansiolíticos como alprazolam e lorazepam)
- Medicamentos para epilepsia
4. Estilo de vida
- Sedentarismo
- Dieta pobre em nutrientes
- Consumo excessivo de álcool
- Tabagismo
- Uso de drogas ilícitas
- Privação de sono
5. Doenças e condições médicas
- Diabetes
- Hipertensão
- Insuficiência renal ou hepática
- Obesidade
- Síndrome metabólica
Sinais e sintomas da diminuição da libido
Os sinais mais comuns incluem:
- Desinteresse por atividades sexuais
- Falta de fantasias ou pensamentos eróticos
- Ausência de iniciativa sexual
- Dificuldade em sentir excitação ou prazer
- Sentimento de frustração ou preocupação com o próprio desejo
- Impactos negativos na vida a dois
É importante observar se esses sintomas são temporários ou persistentes. Se forem duradouros e afetarem a qualidade de vida, é recomendado buscar ajuda médica especializada.
Como tratar a diminuição da libido?
O tratamento depende da causa subjacente. Em muitos casos, é necessário um acompanhamento multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, endocrinologistas ou terapeutas sexuais.
1. Tratamento hormonal
Quando o problema é causado por desequilíbrios hormonais, pode-se considerar:
- Reposição de testosterona (em homens com níveis muito baixos)
- Terapia de reposição hormonal (TRH) para mulheres na menopausa
- Tratamento da tireoide, no caso de hipotireoidismo
A reposição hormonal deve sempre ser feita com avaliação médica e exames laboratoriais, pois pode trazer riscos se feita sem necessidade.
2. Psicoterapia ou terapia sexual
Se a causa estiver relacionada a traumas, depressão, ansiedade ou conflitos no relacionamento, a psicoterapia pode ser extremamente eficaz. A terapia sexual de casal também ajuda a reconstruir a intimidade e melhorar a comunicação.
3. Ajuste de medicamentos
Em casos em que a baixa libido é provocada por remédios como antidepressivos, o médico pode:
- Reduzir a dose
- Substituir por outra medicação
- Acrescentar um fármaco para compensar a disfunção sexual
Nunca faça essas alterações por conta própria.
4. Mudança de estilo de vida
Adotar hábitos saudáveis pode ajudar significativamente:
- Praticar atividade física regular
- Dormir bem
- Manter uma alimentação equilibrada
- Reduzir o estresse
- Controlar o peso
- Evitar álcool e cigarro
Existem medicamentos específicos para aumentar a libido?
Sim, em alguns casos o médico pode prescrever substâncias com ação sobre o desejo sexual, como:
- Testosterona (géis, adesivos ou injeções)
- Flibanserina: aprovada para desejo sexual hipoativo em mulheres na pré-menopausa
- Bupropiona: antidepressivo que pode melhorar a libido
- Tibolona: usado em mulheres na menopausa com queixas de libido e secura vaginal
- Inibidores da PDE5 (como o sildenafil/Viagra® ou tadalafila/Cialis®) – usados principalmente em casos de disfunção erétil masculina, mas também podem impactar positivamente o desejo.
Todos esses tratamentos devem ser indicados por um profissional, após avaliação clínica.
Alternativas naturais para melhorar a libido
Além dos tratamentos médicos, existem formas naturais e seguras de tentar aumentar o desejo sexual:
1. Fitoterápicos e suplementos
- Maca peruana: aumenta energia e libido
- Tribulus terrestris: pode estimular a produção de testosterona
- Ginseng: melhora o desempenho físico e mental
- Catuaba e Muira puama: afrodisíacos naturais
- Zinco, vitamina D e magnésio: nutrientes importantes para o funcionamento hormonal
2. Terapias complementares
- Acupuntura
- Massagem tântrica
- Aromaterapia com óleos essenciais (ylang-ylang, jasmim, patchouli)
3. Técnicas de reconexão emocional e sexual
- Investir no tempo a dois
- Conversar abertamente sobre desejos e fantasias
- Praticar o toque, carícias e preliminares sem pressão
- Redescobrir o prazer com novas experiências
A diminuição da libido é normal com o envelhecimento?
Sim, é comum haver alguma redução do desejo sexual com o avanço da idade, especialmente por causa das alterações hormonais, doenças crônicas ou uso de medicamentos.
Contudo, isso não significa que a vida sexual deve acabar. Muitos homens e mulheres continuam ativos sexualmente por décadas, desde que cuidem da saúde física e emocional. Se a libido diminuir e causar sofrimento, existe tratamento e é possível recuperar o prazer.
A diminuição da libido é um problema mais comum do que se imagina e pode ter diversas causas, que vão desde desequilíbrios hormonais até fatores emocionais, uso de medicamentos ou estilo de vida inadequado. A boa notícia é que há solução – e ela começa com o autoconhecimento, a busca por ajuda especializada e a disposição para mudar hábitos.
Não se trata apenas de sexo, mas de qualidade de vida, autoestima, conexão emocional e bem-estar. Com o tratamento adequado, é totalmente possível recuperar o desejo sexual e viver uma vida plena, saudável e satisfatória.